segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Comida Titãs


Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...


Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto


domingo, 11 de novembro de 2012

Dica de leitura

Dica de leitura sobre o tema do nosso blog para quem deseja se aprofundar no assunto. Autor: Renato Cancian, editora:Claridade

Dados Técnicos

  • ISBN-13:9788588386617
  • ISBN-10:8588386615
  • Acabamento:Brochura
  • Nº da Edição:1
  • Ano Publicação:2011
  • Nº de Página:80

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dilma revela detalhes de torturas que sofreu na ditadura militar


Notícia retirada do site terra dia 17 de julho de 2012
A presidente Dilma Rousseff foi colocada no pau de arara, apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dentária durante as torturas que sofreu na ditadura, segundo revelam os jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense.
Os periódicos reproduzem uma entrevista de Dilma ao Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais concedida em 2001, na qual narra as torturas que sofreu entre 1970 e 1973, quando foi detida e condenada por um tribunal militar como militante de um grupo de esquerda que lutava contra o regime militar.
No depoimento, a chefe de Estado disse que às vezes não sabia se os interrogatórios "de longa duração" aconteciam de dia ou de noite. Os torturadores costumavam amarrá-la de cabeça para baixo para depois aplicar cargas elétricas, um método de tortura que "não deixa rastro, só te mina", segundo as palavras da presidente.
"O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente pelo resto da vida", afirmou Dilma. A presidente contou, ainda, que até hoje segue tendo problemas no osso do suporte do dente em razão de um soco que levou na boca. "Me deram um soco e o dente se deslocou e apodreceu", contou Dilma.
Essas sessões de torturas foram realizadas no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de São Paulo, e também em uma prisão da cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ditadura em charges

Ilustramos algumas charges e tiras que satirizam a repressão usada no período dos ''anos de chumbo''.






sábado, 3 de novembro de 2012


Aos 86, morre o delegado Renato Soares
Envolvido em prisão de madre, Soares chegou a ser excomungado pela Igreja Católica, decisão revista em 1975

Ex-policial sofreu infarto em sua casa; à Folha ele negou ter torturado madre Maurina em 1969
DE RIBEIRÃO PRETO

O delegado aposentado Renato Ribeiro Soares morreu anteontem, aos 86 anos, em Ribeirão Preto, cidade em que morava e onde atuou profissionalmente entre as décadas de 1960 e 1980.
Soares ficou conhecido por suas ações durante a ditadura militar (1964-85).

Um dos fatos de maior repercussão -inclusive nacionalmente- foi quando Soares chegou a ser 
excomungado devido à prisão em 1969 de madre Maurina Borges da Silveira, outra personagem simbólica na história de Ribeirão Preto.

Soares e outro delegado - Miguel Lamano- foram excomungados pelo dom Felício César da Cunha Vasconcellos, que foi arcebispo de Ribeirão entre 1965 e 1972.

O caso envolvendo a tortura sofrida por madre Maurina na prisão inspirou religiosos como dom Paulo Evaristo Arns a se engajar na luta social.

Madre Maurina morreu no ano passado em Araraquara, aos 87 anos, por falência múltipla dos órgãos.

A punição religiosa a Soares, no entanto, não o acompanhou por toda a vida, já que a Igreja Católica o absolveu da excomunhão em 1975.

Doze anos mais tarde, ele se aposentaria da carreira policial. O ex-delegado trabalhou em Ribeirão Preto até 1983, quando pediu transferência para São Paulo, onde ficou até a aposentadoria.

No ano passado, o delegado aposentado afirmou à Folha que não houve violência contra madre Maurina e presos políticos.
"Nunca torturei ninguém. E jamais torturaria uma freira", afirmou.

Especificamente sobre o caso da religiosa, o delegado aposentado disse que sempre a tratou bem.
"Nunca pus a mão na madre, sempre a tratei com o maior respeito", disse, em sua última entrevista ao jornal, em março de 2011.

INFARTO
Soares estava doente -sofria com uma metástase óssea na região da coluna-, mas morreu vítima de um infarto às 9h do sábado, segundo a sua mulher, Neusa Salim Soares, 80.
Após ter sido velado em Ribeirão Preto, o corpo de Soares foi encaminhado para o crematório de Jaboticabal, de acordo com a família."[Ser cremado] Era a vontade dele", disse Neusa.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ribeirao/56049-aos-86-morre-o-delegado-renato-soares.shtml

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

CEB: um novo sujeito na vida da igreja


As comunidades eclesiais de base (Cebs), organizadas desde meados dos anos sessenta, Caracterizadas como importante movimento de formação de lideranças para a sociedade civil, as Cebs no regime militar foram praticamente o único movimento social de contestação a atuar na legalidade. Com a redemocratização integraram o amplo leque dos movimentos populares, representando a encarnação de um novo modo de ser Igreja que fez a “opção preferencial pelos pobres”. Não se restringindo à animação da fé partiram para a organização dos mais pobres, incentivando a luta pelos seus direitos e organizando importantes movimentos reivindicatórios.. No caso brasileiro, a Igreja nacional vivia da dependência de movimentos europeus e sua ação pastoral orbitava em torno da paróquia, incapaz de responder às urgências da problemática brasileira. Em consonância às determinações do Vaticano II e na busca de uma nova estrutura que dinamizasse a vida religiosa e uma pastoral mais versátil e adaptada à realidade nacional a CNBB elaborou o Plano de Emergência (1962-1965) e o Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970), nos quais se propôs a renovação da antiga pastoral paroquial: “Nossas paróquias atuais deveriam ser compostas de várias comunidades de base, dada sua extensão e densidade demográfica (...) será de grande importância empreender a renovação paroquial pela criação dessas comunidades de base (...) onde os cristãos não sejam pessoas anônimas”.  Este processo de renovação foi coroado de bastante êxito no Brasil. Ao mesmo tempo, as orientações do Vaticano II e Medellín sobre justiça social, democracia e direitos humanos, geraram muitos conflitos com o regime implantado em 1964, situados na incompatibilidade entre a lógica defendida pela Igreja e a colocação em prática pelo regime militar de uma lógica capitalista estrita. Esta incompatibilidade ficou clara quando da edição do AI-5 (1968), que opôs sistematicamente estas duas Instituições. Sobre esse significativo avanço do movimento operário e popular no país, a Igreja se inseriu estimulando os grupos de base, tanto em áreas rurais, através dos Sindicatos e do MEB, como nos
centros urbanos, pela Ação Católica e seus grupos especializados (ACO, JOC, JUC, etc.), algumas vezes aliadas e noutras vezes para fazer frente ao avanço de grupos esquerdistas. O golpe dos militares, com apoio de grupos econômicos nacionais e internacionais, interrompeu a crescente organização da sociedade civil brasileira.  Os canais de articulação da sociedade civil foram violentamente desarticulados e silenciados, suas lideranças presas, perseguidas e obrigadas ao exílio. A Igreja gradativamente assumiu a cena política, contribuindo para reorganizar a dilacerada sociedade civil brasileira. a hierarquia católica apoiou integralmente o golpe dos militares, temendo o avanço comunista no país. Porém à medida que a ditadura se tornou “mais dura”, a Igreja Católica, mantendo sua abertura interna, principalmente no governo Geisel, assumiu uma função de denunciar as agressões aos direitos humanos, na medida em que membros da própria instituição são também atingidos pela repressão. Igreja e Estado entram em conflito. A Igreja dessa forma assumiu papel de relevância na defesa dos direitos humanos e na luta pela redemocratização. É neste cenário que começaram a se organizar em pequenos grupos as comunidades de base. Nestes espaços aos poucos vai se recompondo a voz de setores da sociedade civil, favoreceram a afirmação da cidadania dos

pobres e a presença da Igreja junto ao povo.O caminho trilhado por estas comunidades ao longo da década de 1970, marcado pela grande autonomia em relação ao Estado, o seu crescente engajamento social e partidário, bem como a possibilidade de conferir, a partir do próprio cotidiano, aspectos de crítica social contundente, parecem, porém, ter extrapolado os limites propostos pela própria Igreja. Além de que, na
nova conjuntura dos nos oitenta, marcada pela crescente abertura política e reorganização da sociedade civil, com o ressurgimento de sindicatos independentes, partidos políticos e associações diversas, pareceu difícil às Cebs manterem mesma dinâmica. A Igreja deixou de ser o único espaço visível de presença crítica e aglutinador das oposições. Foi o momento das Cebs se abrirem para a sociedade. Frei Betto elucidou esta questão. Depois de anos de intensa mobilização, a década de 1990, época de incertezas e da força devassadora da globalização e do neoliberalismo, fez essas comunidades repensarem sua caminhada,
descortinando-se um cenário de “(...) diminuição das certezas e aumento das indagações”, como define Teixeira , sem, contudo, abandonar o caminho trilhado. Em meio a uma aparente escuridão, as Cebs continuam a lutar e acreditar na “nova sociedade”, mesmo que ela não seja tão clara quanto antes, é certo que os sonhos de utopia não se concretizaram e nem se concretizarão na sociedade que idolatra o Deus Mercado, excluindo e negando a seu povo o bem estar social e dignidade de ser verdadeiramente homem e
mulher. É possível construir uma sociedade livre e justa, democrática, participativa e igualitária. Esta é a certeza que nutre sonhos e está presente nos esforços e lutas dos milhares de participantes das Cebs, que ainda hoje, teimosamente, insistem em continuar.

fonte: http://www.fafich.ufmg.br/temporalidades/pdfs/3p73.pdf

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Resistência católica nos anos de chumbo

Médico e professor, o ex-militante Lurildo Ribeiro Saraiva lança Água Braba, livro que relata os primeiros passos da luta contra a ditadura de estudantes ligados à Igreja




"Eu sei quem são eles. Sei os nomes deles. Vou revelar à Comissão da Verdade.”" O ex-militante estudantil da Juventude Universitária Católica (JUC), que combateu a ditadura de 1964 e inspiraria a organização Ação Popular (AP), e hoje cardiologista e professor da UFPE, Lurildo Ribeiro Saraiva, 64 anos, refere-se aos componentes do temido Comando de Caça aos Comunistas (CCC), responsável por atentados e assassinatos de oponentes do regime militar, como o do padre Antônio Henrique Pereira Neto, em 26 de maio de 1969. Dias antes do sacrifício de padre Henrique, Lurildo esteve com o religioso, que era o pastor nomeado pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Câmara, como assistente da Pastoral da Juventude. A memória preservada dos fatos que antecederam e culminaram no suplício de padre Henrique e dos atos da resistência estudantil à ditadura é que o hoje médico quer relatar à Comissão Estadual da Memória e da Verdade. “"Eles nasceram nas salas de cinema. A primeira manifestação pública foi o trote de Medicina de 1965"”, relembra.
A resistência dos estudantes nas ruas, o protesto no debate da Faculdade de Filosofia do Recife (Fafire) sobre a Aliança para o Progresso, em 1966, com o então candidato a presidente dos Estados Unidos, senador Robert (Bob) Kennedy –- que dois anos depois seria assassinado em Los Angeles -–, os dias de perseguições, ameaças, repressão e mortes de militantes são narrados no livro Água Braba -– Nos Tempos da Ditadura Civil Militar, que tem dom Helder como figura central da resistência estudantil católica à ditadura militar. Os tempos de repressão estão relatadas no livro que o ex-militante lança quinta-feira (27), às 17h, no Espaço Dom Helder da Igreja das Fronteiras, na Boa Vista, Recife, marco da resistência do ex-arcebispo. “"Padre Henrique vinha sendo perseguido 20 dias antes de sua morte"”, revela Lurildo. Fatos pré-Golpe de 64, a deposição do governador Miguel Arraes, as primeiras manifestações nos cinemas, o movimento estudantil nas ruas e o cortejo fúnebre do padre Henrique de 10 quilômetros, da Igreja do Espinheiro ao Cemitério da Várzea, cercado por soldados com baionetas empunhadas, historiam os anos 60.

 TRUCIDAMENTO